O Convento da Ordem do Carmo, monumento edificado no século XIV, ergue-se no Monte do Carmo, com cabeceira em posição destacada sobranceira ao Rossio e fronteira ao Castelo de S. Jorge. Começou por ser um convento carmelita, hoje, é a sede da Associação dos Arqueólogos Portugueses e também museu arqueológico.
De traço gótico, a igreja segue o modelo das construções mendicantes do século XIII, mas já de influência do Mosteiro da Batalha. A planta é em cruz latina, de três naves e cinco tramos, tem cabeceira com capela-mor saliente e de maior altura, ladeada por quatro absidíolos poligonais escalonados, o que constitui uma variante do modelo da Batalha e evolução do modelo das cabeceiras das igrejas mendicantes mais importantes. Manifesta ainda influência batalhina nos dois andares da capela-mor e na decoração vegetalista de duas filas nos capitéis, nítido neogótico romântico na forma híbrida dos pilares da igreja. As janelas da capela-mor são baixas e mal proporcionadas, contrastando com a elegância das frestas dos absidíolos.
De traço gótico, a igreja segue o modelo das construções mendicantes do século XIII, mas já de influência do Mosteiro da Batalha. A planta é em cruz latina, de três naves e cinco tramos, tem cabeceira com capela-mor saliente e de maior altura, ladeada por quatro absidíolos poligonais escalonados, o que constitui uma variante do modelo da Batalha e evolução do modelo das cabeceiras das igrejas mendicantes mais importantes. Manifesta ainda influência batalhina nos dois andares da capela-mor e na decoração vegetalista de duas filas nos capitéis, nítido neogótico romântico na forma híbrida dos pilares da igreja. As janelas da capela-mor são baixas e mal proporcionadas, contrastando com a elegância das frestas dos absidíolos.
Nas obras do convento trabalharam os artificies Lourenço Gonçalves, Estêvão Vasques, Lourenço Afonso e João Lourenço e alguns operários de origem judaica, como Judas Acarron e Benjamim Zagas. Das antigas dependências conventuais subsiste o claustro, de planta rectangular, o refeitório, hoje dividido em dois pisos, a sacristia, de planta rectangular e coberta por cruzaria de ogivas, e uma torre sineira robusta.
Segundo a tradição, foram construídas na cerca do convento celas provisórias para acolher os freires vindos do Mosteiro de Moura. Afonso Dornelas supõe-nas de pequeníssimas dimensões, divididas umas das outras por paredes de adobe, formando pequeno quadrado com claustro ao centro. A cela que formava o ângulo das duas alas de celas era a de Nuno Álvares Pereira e ficou conhecida como "Casa do Século". Esta situava-se, portanto, junto à "Porta do Carro", sensivelmente correspondente hoje ao lado direito da entrada do túnel que dá acesso ao quartel da GNR.
O convento foi mandado construir em 1389 pelo Condestável D. Nuno Álvares Pereira, em terrenos adquiridos ao almirante Pessanha e à irmã do Condestável, D. Beatriz, obtendo licença papal de Urbano VI. O solo arenoso e a escarpa instável levaram ao desmoronamento dos alicerces por duas vezes, obrigando D. Nuno a dizer que se os alicerces caíssem de novo haviam de ser de bronze. Em 1392, o Condestável convidou os frades carmelitas de Moura a ingressarem no convento.
O convento foi mandado construir em 1389 pelo Condestável D. Nuno Álvares Pereira, em terrenos adquiridos ao almirante Pessanha e à irmã do Condestável, D. Beatriz, obtendo licença papal de Urbano VI. O solo arenoso e a escarpa instável levaram ao desmoronamento dos alicerces por duas vezes, obrigando D. Nuno a dizer que se os alicerces caíssem de novo haviam de ser de bronze. Em 1392, o Condestável convidou os frades carmelitas de Moura a ingressarem no convento.
Em 1404, D. Nuno Álvares Pereira doou ao convento o seu património e, mais tarde, professou na ordem dos carmelitas e doou-lhes o convento. Em meados do século XVI, o convento tinha a renda de 2 000 cruzados e albergava 70 frades e 10 servidores. Nos finais do século XVII, durante as guerras da Sucessão, os monges tentaram ajudar D. António, Prior do Crato, nas suas pretensões ao trono.
Devido ao terramoto de 01 de Novembro 1755 ficou em ruinas, não tendo sido reconstruído, constitui-se num dos principais testemunhos da catástrofe visíveis na cidade.
Actualmente as ruínas abrigam o Museu Arqueológico do Carmo. O corpo principal da igreja e o coro, cujo telhado resistiu ao terramoto, foram requalificados e abrigam hoje um Museu Arqueológico com uma pequena mas interessante colecção.
Actualmente as ruínas abrigam o Museu Arqueológico do Carmo. O corpo principal da igreja e o coro, cujo telhado resistiu ao terramoto, foram requalificados e abrigam hoje um Museu Arqueológico com uma pequena mas interessante colecção.
Do paleolítico e neolítico português destacam-se as peças provenientes de escavações de uma fortificação pré-histórica perto de Azambuja.
O núcleo de túmulos góticos inclui o de D. Fernando Sanches, início do século XIV, decorado com cenas de caça ao javali, e o magnífico túmulo do rei D. Fernando I, transferido de um convento em Santarém para o museu. Destaca-se também uma estátua de um rei do século XIII, talvez D. Afonso Henriques, além de peças romanas, visigóticas e até duas múmias peruanas.
O conjunto, que já foi a principal igreja gótica da capital, e que pela sua grandeza e monumentalidade concorria com a própria Sé de Lisboa, ficou em ruínas no terramoto de 1755. É possível que a ruína do Convento do Carmo e do vizinho Convento da Trindade, aquando daquele terramoto, esteja na origem da expressão popular "Cair o Carmo e a Trindade".
Autor: A. Pires
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