À Lusitânia se chamou Ophiusa “Terra da Serpente”, sendo esta a mais antiga referência conhecida feita ao que é hoje o território português pelo escritor latino Festo Evieno, no IV séc. A.C., esta referência está na origem dos “ophis” povo que viveu principalmente nas montanhas do norte de Portugal e também na foz dos rios Douro e Tejo. Fala-se que seriam druidas ou pró-celtas, cultuavam sob a forma da “serpente” a deusa–mãe.
Símbolo da morte e do renascimento, pois ao hibernar procura o interior da terra, o ventre materno, morre para depois renascer na Primavera, para crescer tem de mudar de pele, numa eterna transmutação, assim é o ser humano para crescer em conhecimento e sabedoria, morre, renasce, muda de pele e cresce.
Não é ao acaso que a deusa–mãe está representada em Portugal sendo também sua Padroeira, Nossa Senhora da Concepção ou Senhora do Ó – a mãe grávida com o crescente lunar e a serpente a seus pés.
Este povo cultuava a “serpente”, adorando assim deusas lunares, Cyntia, Diana ou Selene, ás quais foram erguidos locais de culto ao longo dos Promontório Magno (Lisboa) e Promontório Lunae (Sintra), este povo que acreditava na transcendência de tais promontórios aí edificou cidades que deram origem a outras cidades, educou os seus filhos, traçou rotas e caminhos por terra e por mar, na nossa alma escreveram a sua história que ainda hoje vive na memória colectiva do povo Lusitano.
É nesse Caminho que o convidamos a viajar, desde Lisboa onde o lendário Ulisses atracou e proclamou: Aqui edificarei a mais bela cidade do Universo, será Ulisseia a capital do mundo! Por quem a Rainha das Serpentes Ophiusa ou a “ deusa lunar Cyntia “ se apaixonou, movida pela dor da partida de Ulisses, formou com a sua própria cauda as Sete Colinas de Lisboa, até ao verdadeiro Finis Terrae do Cabo da Roca e Sintra na busca do “paraíso perdido” que habita algures dentro de nós.
Lisboa – A cidade de Ulisses
Cidade de contrastes, tantos quantos os povos que por ela passaram, celtas, fenícios, romanos, mouros e cristãos, foram transformando e enriquecendo a cidade ao longos dos séculos, a qual se tornou-se famosa e próspera.
O Castelo, as Igrejas, os Conventos, pedras erguidas aos nossos olhos, as ruas estreitas mas luminosas de Alfama e Bairro Alto, o Tejo dos Descobrimentos, o Tejo dos poetas, dos escritores, que entre um sorriso e uma lágrima contida escreveram Portugal, pois a isso apela o mar. O Tejo da saudade que canta o Fado e veste de negros corvos a voz. A Lisboa simbólica do Terreiro do Paço ao Rossio.
Nesta cidade ninguém dorme, só dorme o Tejo quando cantado.
É a Serpente renascida em plena Primavera, a mais bela cidade do Universo.
Sintra – A morada da deusa Cyntia
Na Serra serpentária, altar primitivo de deuses, a história faz-se a partir do alto do promontório no sentido descendente. O promontório apela a todos os nossos sentidos para outra percepção do mistério universal, desde o Cabo da Rocha, agora (Roca) que pela sua importância geográfica suscitou temor e veneração aos vários marinheiros que por ele passaram, erguendo ali locais de culto ao sol e á lua, passando pelo Castelo numa penha erguido, rumo à Vila Velha, outrora terra de Templários, Palácio da Vila morada de Reis mouros e Reis cristãos, com as suas imponentes chaminés apontadas ao céu como que num apelo ao divino.
As árvores milenares que já não contam o tempo; as Fontes de águas inspiradoras; a Quinta da Regaleira, a Iniciática; Monserrate, o seu Palácio e a variada vegetação; o Palácio da Pena, os seus jardins; o Chalé da Condessa D’Edla, símbolo de um grande amor.
Sintra é tudo isto e ainda o que não está visível aos olhos, mas aos sentidos.
É a Sintra do romantismo, dos escritores e poetas que deixaram a deusa Cyntia arrebatar-lhes a alma em cada linha e poema.
A serpente hiberna… Cresce e renasce no Monte da Lua.
De Lisboa Cidade da Luz fundada por Ulisses, ao enigmático Monte da Lua em Sintra, onde mora a deusa da Lua Cyntia, coloca-nos como descendentes de deuses.
Ao fazer o Caminho da Serpente através destes Circuitos e Conferências onde a temática será sempre o “conhecimento” vamos ao encontro do saber e da unidade do ser, rumo á ancestralidade que nos remete ao divinis do povo lusitano e dos seus valores.
Autor: O. Florência
Boa tarde,
ResponderEliminarGostaria que me informassem, onde posso obter os roteiros dos circuitos, os respectivos programas e as datas em que se realizam.
Desde já agradeço a atenção dispensada.
MC
Viva MC,
ResponderEliminarRelativamente aos roteiros neste momento existem para Região de Lisboa, Região de Sintra, Região de Tomar, Região do Alentejo. Realizamos para grupos que pretendam ou por iniciativa da VITRIOL, assim, solicitamo que esteja atento/a aqui no sítio onde é anunciado todos os eventos.
Cordiais Saudações
Desde já agradeço a resposta. Vou ficar atento ao vosso blog. Cumprimentos.
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