quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Sociedade em Transformação

“Entre a catarse e a sublimação se enfeita Atena e se constrói uma civilização”

Atendendo às presentes convulsões do tecido politico, económico e social a que assistimos hoje, num mundo, cada vez mais global, virtual e omisso, torna-se necessário rever os modelos actuais, e num movimento de ruptura e ultrapassagem, proceder à constituição de um novo modelo de sustentabilidade.  
Este processo, como em qualquer outro de profundas mudanças, exige uma catarse, ou seja, uma verdadeira purga do nosso modo “instalado” de Ser, de ver e de representar a realidade. A constituição de um novo modelo/representação de um padrão, a ser seguido por todos os membros da uma comunidade, obriga em primeiro lugar, ao reconhecimento, de que os presentes modelos ou interpretações da realidade estão em ruptura e falência, pois a sociedade em geral, encontram-se submetida a modelos economicista.
Assistimos hoje na sociedade a uma profunda crise, a uma profunda ruptura com a nossa visão instalada da realidade. Há que pensar hoje, mais do que nunca, em questões tão fundamentais como “ O que é o Estado”, “ O que é, e representa o povo?”, “ Queremos ou não um modelo que nos priva dos direitos fundamentais? “Diante de um estado-nação que perdeu a sua autonomia e que se vê na dependência directa dos mercados, o que fazer?”.

Para alterar este estado de coisas, há que refletir sobre o estado da nação. A sociedade precisa de construir uma nova visão de “mundo”. Para tal, necessitamos de um profundo processo de “catarse”, entendido como uma verdadeira purga daquilo que constitui o nosso modo de pensar e de agir em sociedade. Contudo, qualquer processo neste sentido, tem que decorrer paralelamente ao lado de um outro processo igualmente importante: o processo de sublimação. É através de um processo de sublimação, que será possível á sociedade civil, converter aquilo que de mais profundamente negativo existe como (medo, indiferença, ignorância, o absentismo politico, o individualismo) em algo positivo, isto é, verdadeiramente “fazer politica”, ou seja, trabalhar em prol do interesse público e do bem comum, acima de interesses pessoais. Este trabalho obriga a rever todos os papeis tradicionais: Do Estado, das Empresas, dos Bancos, das Instituições, em suma o papel dos cidadãos, e sobretudo rever o exercício da verdadeira cidadania.

Só através dos processos de catarse e de sublimação é que poderemos construir uma nova “Atena”. Esta nova Atena, entendida verdadeiramente, como a possibilidade de uma nova “pólis”. Atena enquanto, mito explicativo, ou seja, uma construção humana, que pretendeu explicar e interpretar a realidade social enquanto tal. Como mito fundador, Atena permitiu aos gregos afirmar o processo de autonomia e de afirmação da identidade. Precisamos de reconstruir a nossa história, ou seja construir essa nova “Atena”.

Autor: O. Florência

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