Se nos tivesses dito.
Que a espuma que o mar traz, é igual
ao silêncio mágico do Sol,
quando canta com pássaros,
e a Lua guia os nossos barcos por
entre as luzes suspensas no céu.
Se nos tivesses dito.
O quanto livres podem ser os
pensamentos quando sonhados.
Acordando-te.
Tu que desconheces as incertezas.
Dos caminhos que não conseguimos
percorrer.
Desconheces a esperança escondida nas
palavras amargas,
com que fustigamos as pedras dos
altares
em nossas desesperadas preces.
Adoçamos a escuridão com o fogo crepitante na
noite amada.
Com aromas de verbena e madressilva.
E quando acendemos a candeia sobre a
mesa dos nossos nadas.
O rosto das crianças têm o chilrear
das andorinhas.
O claro som das fontes.
Porque não sabem.
Não sabem que o linho,
fere os dedos e o peito antes de alvo
e fino.
Se nos tivesses dito.
O que não disseste!
A Dourada medida da nossa mão.
Quando ela se ergue entre os
labirintos da memória.
Avivando o que não sabemos lembrar.
A mesma que plantou uma Rosa feita de
vento, nas encruzilhadas do tempo.
Onde navegamos confiantes á procura de
nós.
Num rasgo de qualquer coisa por dentro
da alma.
Se nos tivesses dito!
Que és feito do sopro da nossa voz.
Dos contornos da nossa carne.
Da inflamada paixão dos nossos corpos
quando amamos.
Ainda assim.
Queremos acreditar,
Na impossível surdez dos teus ouvidos,
Na improvável loucura da tua
existência.
Autor: O. Florência
Abençoada a mão que escreveu estas palavras. Tenhamos esperança no futuro, pois ainda existem mentes brilhantes.
ResponderEliminarTenho tido alguma dificuldade em fazer comentários no vosso Blog que considero muito bom e que venho acompanhando algum tempo.
ResponderEliminarGostaria que vos dizer que o poema - a um deus desconhecido - é um poema brilhante, que de tão cheio de força e vida, não tenho forma de o descrever por outras palavras.
Parabéns ao vosso Blog!
Cumprimentos
Jorge Castro
Este poema exige uma profunda reflexão
ResponderEliminarObrigado