Peregrinando paciente impaciente
o pobre de mim! Em minha vela vou
por este rio acima
por este rio abaixoAs vezes mísero às vezes nobre
Ora valente ora covarde enorme ingente
As vezes grande às vezes baixo
Quem sou se faz deste indo e navegar
assim tão incerto e tão contrário
Às vezes blasfémias ás vezes orações
Entre naufrágios e milagres
bombardas golpes tempestades
feridas e monções
por este rio acima
por este rio abaixo vou
E rumando tesouros e feridas e ilusões
que quão incertas são as cousas da China!
Sou imprevisto e vário
e ladrão embaixador avaro soldado
mercador falsário cruel bondoso ruim
generoso escravo mísero mas corsário
de mim sempre. Que escrevo?
Mas cossairo de mim sempre!
Autor: António M. Ferro
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