Tomando rumo para o ponto mais ocidental da Europa, avista-se a Serra, o imponente palácio da Pena, como a dar as boas vindas aos visitantes. Mais próximo do centro, vemos o palácio da Vila com as suas características únicas. Destacando-se nesta paisagem, o castelo dos Mouros lá do alto observa o movimento na vila. Seguindo a nossa viagem pelo elegante percurso que ligava o Paço Real a Seteais, nos limites do centro histórico da Vila, encontramos os muros e o Palácio da Quinta da Regaleira.
Esta quinta existe desde o Séc. XVII, no entanto, para o relato da sua história não se tornar fastidioso, só vamos referir a mais recente. Construída entre 1904 e 1910, no derradeiro período da monarquia, os domínios românticos outrora pertencentes à Viscondessa da Regaleira, foram adquiridos e ampliados pelo Dr. António Augusto Carvalho Monteiro, para fundar o seu lugar de eleição. Detentor de uma fortuna fabulosa, que lhe valeu a alcunha de “Monteiro dos Milhões”, associou ao seu singular projecto de arquitectura e paisagem, o génio criativo do arquitecto e cenógrafo italiano Luigi Manini, bem como a mestria dos escultores, canteiros que com este haviam trabalhado no Palácio Hotel do Buçaco.
Homem de espírito científico, vastíssima cultura e rara sensibilidade, bibliófilo notável, coleccionador criterioso e grande filantropo, deixou impresso neste livro de pedra a memória espiritual da humanidade, cujas raízes mergulham na Tradição Mítica Lusa e Universal. A arquitectura e a arte do palácio, capela e demais construções foram cenicamente concebidas no contexto de “Jardim de Éden”, salientando-se a predominância dos estilos neo-manuelino e renascentista. A Quinta da Regaleira beneficia do micro-clima da serra, que muito contribui para os luxuriantes jardins, para os nevoeiros constantes e para a sua aura de mistério. Vamos visitar os principais pontos de interesse.
Esta quinta existe desde o Séc. XVII, no entanto, para o relato da sua história não se tornar fastidioso, só vamos referir a mais recente. Construída entre 1904 e 1910, no derradeiro período da monarquia, os domínios românticos outrora pertencentes à Viscondessa da Regaleira, foram adquiridos e ampliados pelo Dr. António Augusto Carvalho Monteiro, para fundar o seu lugar de eleição. Detentor de uma fortuna fabulosa, que lhe valeu a alcunha de “Monteiro dos Milhões”, associou ao seu singular projecto de arquitectura e paisagem, o génio criativo do arquitecto e cenógrafo italiano Luigi Manini, bem como a mestria dos escultores, canteiros que com este haviam trabalhado no Palácio Hotel do Buçaco.
Homem de espírito científico, vastíssima cultura e rara sensibilidade, bibliófilo notável, coleccionador criterioso e grande filantropo, deixou impresso neste livro de pedra a memória espiritual da humanidade, cujas raízes mergulham na Tradição Mítica Lusa e Universal. A arquitectura e a arte do palácio, capela e demais construções foram cenicamente concebidas no contexto de “Jardim de Éden”, salientando-se a predominância dos estilos neo-manuelino e renascentista. A Quinta da Regaleira beneficia do micro-clima da serra, que muito contribui para os luxuriantes jardins, para os nevoeiros constantes e para a sua aura de mistério. Vamos visitar os principais pontos de interesse.
O bosque que ocupa a maioria do espaço da Quinta, não está disposto ao acaso. Começando mais ordenado e cuidado na parte mais baixa, é progressivamente mais selvagem até ao topo. Tem diversas espécies de árvores e todas com vários simbolismos. Os lagos, correntes de água as nascentes, estão presentes como símbolo da Vida. Esta disposição reflecte a crença no naturalismo.
O Patamar dos Deuses, alameda que liga a Lógia ao palácio, é marcado por 9 estátuas de divindades greco-romanas, sendo a mitologia clássica uma das inspirações para os jardins da Regaleira. De seguida, surge a Gruta do Oriente que dá entrada para os subterrâneos e com ligação ao portal inferior do poço. Socalcos acima, protegido por vegetação na entrada, está o Poço Iniciático, que se afunda cerca de 27m no interior da terra. Com acesso através de uma monumental escadaria em espiral, sustentada por colunas esculpidas, desce-se ao fundo. No fundo do poço está embutida em mármore, uma rosa dos ventos, uma estrela de oito pontas e uma cruz templária.
O Patamar dos Deuses, alameda que liga a Lógia ao palácio, é marcado por 9 estátuas de divindades greco-romanas, sendo a mitologia clássica uma das inspirações para os jardins da Regaleira. De seguida, surge a Gruta do Oriente que dá entrada para os subterrâneos e com ligação ao portal inferior do poço. Socalcos acima, protegido por vegetação na entrada, está o Poço Iniciático, que se afunda cerca de 27m no interior da terra. Com acesso através de uma monumental escadaria em espiral, sustentada por colunas esculpidas, desce-se ao fundo. No fundo do poço está embutida em mármore, uma rosa dos ventos, uma estrela de oito pontas e uma cruz templária.
A simbologia do local está relacionada com a crença que a terra é o útero materno de onde provém a vida, mas também a sepultura para onde voltará, e configura-se como um espaço de sagração, de conotações herméticas e alquímicas, onde se intensifica a relação entre a Terra e o Céu.
O poço está ligado por várias galerias a túneis ou a outros pontos da quinta: à Entrada dos Guardiães, ao Lago da Cascata e ao Poço Imperfeito. Estes túneis, outrora habitados por morcegos afastados pelos muitos turistas que visitam o local, estão cobertos com pedra importada da orla marítima da região de Peniche, pedra que dá a sugestão de um mundo submerso.
Encontrado o caminho da virtude, vamos dar ao Portal dos Guardiões, uma estrutura cénica rematada por dois torreões laterais e por um mirante central, sob o qual se dissimula uma entrada para o poço iniciático. Em frente situa-se o Terraço dos Mundos Celestes e a Torre do Zigurate.
Prosseguindo, vamos ter à Torre da Regaleira que foi construída para dar a quem a sobe, a ilusão de se encontrar no eixo do mundo. Por baixo encontramos a Gruta da Leda.
Depois, num labirinto de bosque e veredas, deparamo-nos com uma magnífica fachada, que aposta no revivalismo gótico e manuelino - a Capela da Santíssima Trindade. Aqui, estão representados várias alegorias cristãs em painéis de mosaico e vitrais. No chão estão representados a Esfera Armilar e a Cruz da Ordem de Cristo, rodeadas de estrelas de cinco pontas. Ainda, tem a particularidade de existir no piso inferior uma cripta despida de ornamentação, com o simbolismo de ter 3 janelas e o pavimento em mosaicos pretos e brancos.
Por subterrâneo ou por veredas vamos ter ao Palácio da Regaleira, a principal construção da Quinta. O edifício é marcado pela presença de uma torre octogonal, de uma arquitectura neo-manuelino e renascentista e exuberante arte decorativa.
Concretiza-se com estes cenários a representação de uma viagem iniciática, por um jardim simbólico, onde podemos sentir a Harmonia das Esferas. Nele se vislumbram referências à mitologia, ao Olimpo, a Virgílio, a Dante, a Camões, à missão templária da Ordem de Cristo, a grandes místicos, aos enigmas da Arte Real, à Magna Obra Alquímica. Nesta sinfonia de pedra revela-se a dimensão poética e profética de uma Mansão Filosofal Lusa. Aqui se fundem o Céu e a Terra numa realidade sensível, a mesma que presidiu à teoria do Belo, da Arquitectura e da Música.
Por subterrâneo ou por veredas vamos ter ao Palácio da Regaleira, a principal construção da Quinta. O edifício é marcado pela presença de uma torre octogonal, de uma arquitectura neo-manuelino e renascentista e exuberante arte decorativa.
Concretiza-se com estes cenários a representação de uma viagem iniciática, por um jardim simbólico, onde podemos sentir a Harmonia das Esferas. Nele se vislumbram referências à mitologia, ao Olimpo, a Virgílio, a Dante, a Camões, à missão templária da Ordem de Cristo, a grandes místicos, aos enigmas da Arte Real, à Magna Obra Alquímica. Nesta sinfonia de pedra revela-se a dimensão poética e profética de uma Mansão Filosofal Lusa. Aqui se fundem o Céu e a Terra numa realidade sensível, a mesma que presidiu à teoria do Belo, da Arquitectura e da Música.
A Quinta da Regaleira constitui um dos mais surpreendentes e enigmáticos monumentos da Paisagem Cultural de Sintra.
Autor: A. Pires
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