quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Um dia vou olhar para as tuas mãos



Um dia vou olhar para as tuas mãos,
e sentir como sou feita delas.

Saberei que cada linha nelas traçada,
é um jardim onde nunca julguei estar.

Saberei que existo,
porque passei nelas,
sempre serena...
sempre tão serena.

Um dia...
olharei para esse silêncio e ficarei longe,
longe do Caminho que me trouxe até elas.
E direi!

Que não sei de volta o Caminho de Casa...

Mas, os teus olhos profundos irão revelar
os motivos que me trouxeram, desta forma forte e assustada,
simplesmente por saber do dia em que deva migrar com as aves
e não seja capaz!

Um dia.
Vou olhar para as tuas mãos,
e sentir que sempre estive ali ! Inteira! Verdadeiramente viva.
Onde me julgava não ser possível existir.
Vou olhar para elas, e
todos os silêncios vão ter respostas

As palavras não serão escolhidas,
nem os gestos prováveis.

Vou ser capaz de virar os ventos,
e não terei de partir!

Autor: O. Florência 

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