tag:blogger.com,1999:blog-24834535887215854372024-03-19T17:37:45.983+00:00VITRIOL ASSOCIAÇÃO DA LÍNGUA E CULTURA LUSÓFONAEsta Associação tem como desígnio a Viagem, enquanto ser individual e colectivo, na senda de um Homem Novo. Foi constituída a partir de um sonho: criar uma plataforma para o estudo, a divulgação da língua e do património para proporcionar a todos os Cidadãos o acesso à cultura Portuguesa e ao mundo da Lusofonia e, ser partilhada por um universo de pessoas que comungue dos mesmos princípios, no que respeita à valoração do conhecimento como factor de libertação do Homem.VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.comBlogger109125tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-91852976618477971992015-10-07T21:00:00.003+01:002020-10-22T00:14:30.035+01:00Os painéis segundo Almada Negreiros <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhri48-Shr8IAdMRlf8X8WH5n0DzSA7v-vBUQ0T4nbY4ob5vyn8D-KR4idAQBSMl-kiTNnT9K92igRFKvabTt8jh0k91_10XYUUthLtgHROD0nP85t4j49ZRECimvU0oSKo1sjpe2V4gtY/s1600/mw-860.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhri48-Shr8IAdMRlf8X8WH5n0DzSA7v-vBUQ0T4nbY4ob5vyn8D-KR4idAQBSMl-kiTNnT9K92igRFKvabTt8jh0k91_10XYUUthLtgHROD0nP85t4j49ZRECimvU0oSKo1sjpe2V4gtY/w237-h320/mw-860.jpg" width="237" /></a></div>
<div style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Em 1918, José de Almada Negreiros, Amadeo de Souza-Cardoso e Santa Rita Pintor dirigiram os seus passos para a Rua das Janelas Verdes, onde visitaram uma vez mais o Museu Nacional de Arte Antiga. Diante dos “Painéis de São Vicente” juraram um pacto: haviam de estudar aquela obra da pintura do século XV até ao fim das suas vidas. De acordo com o relato de Almada, a jura ainda implicou uma ida ao barbeiro, onde os três se desfizeram das sobrancelhas e do cabelo, rapados com ímpeto radical e modernista. Amadeo e Santa Rita morreriam nesse mesmo ano. O primeiro, em Outubro, vítima da influenza que grassou durante a I Guerra Mundial. O segundo, logo em Abril, vítima de tuberculose. Almada ficou por isso sozinho na tarefa de descobrir o que estava naquelas tábuas. E é esse trabalho de José de Almada Negreiros que o jornalista e investigador António Valdemar vem repor, organizar e contextualizar neste volume que a Assírio & Alvim deu à estampa por estes dias no âmbito da celebração dos 120 anos do nascimento do artista. </span>
<br />
</div><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Esse caminho de Almada na hercúlea tarefa de descobrir o significado dos “Painéis de São Vicente” pode contar-se em mais duas anedotas. Em 1926, dirigiu-se uma vez mais, desta feita com José de Bragança, até então amigo, historiador de arte e polemista, ao Museu Nacional de Arte Antiga. Ali, defronte dos painéis e depois de longa conversa pelo caminho, terão notado que a disposição das tábuas, em dois trípticos, contrariava a perspectiva dos ladrilhos desenhados no chão que os 60 retratados pisam. A polémica sobre os painéis estava então ao rubro, e este achado era, porventura, o mais importante de todos os avanços de uma investigação com poucos resultados. José de Bragança terá sido mais lesto na apresentação pública da novidade e, em conferência na Sociedade de Geografia, anunciou ter sido ele o autor de uma nova proposta que reorganizava a ordem dos seis painéis (e que é aquela que subsiste até hoje), transformando-os num políptico. A reacção de Almada, que reivindicava para si a descoberta acusando o amigo de traição, chegou na forma de cartas e artigos publicados no “Diário de Notícias” — a arena predilecta para as disputas sobre a questão dos painéis nos anos 20. Mas, para lá das polémicas publicadas na imprensa e das discussões entre os dois na Brasileira, perante farta e distinta plateia, há também relatos de uma cena de pancadaria ali pelo Chiado.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">“Almada — Os Painéis, a Geometria e Tudo” é não só um erudito repositório de quase todos os textos de Almada sobre o assunto (falta apenas “A Chave Diz”) mas também o lugar onde se contextualiza e enquadra toda a sua abordagem, quer na introdução produzida por António Valdemar quer no prefácio assinado por José Manuel dos Santos. Maior interesse encontra-se ainda nos apêndices documentais que figuram nas últimas páginas (e onde avultam as cartas de monsenhor Elviro dos Santos ao “Diário de Notícias”, de onde sobressai a descrição de os painéis terem sido encontrados como quatro quadros, tal como havia sido reportado por Joaquim de Vasconcelos no texto inaugural publicado em 1895 em “O Comércio do Porto”).</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> </span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">A "pièce de résistance" desta colectânea de textos encontra-se porém nas oito entrevistas a José de Almada Negreiros realizadas pelo próprio António Valdemar para o “Diário de Notícias”, onde foram publicadas em Junho e Julho de 1960. A estas foi ainda acrescentada uma última, que se manteve inédita até ser encontrada no espólio do pintor. É aqui, nestas conversas que sucederam em roda livre, que Almada descreve todo o processo que levou a geração de Orpheo a interessar-se pelos painéis e como utilizou a geometria — uma proporção harmónica ou número de oiro ou o “Cânone”, como lhe chama — para encontrar “o novo no antigo”, à maneira do preconizado por Delacroix. Manejando essa relação 9/10 que se revela, por exemplo, no ângulo de 26 graus que a vara do santo produz com a sua perpendicular, e que mais tarde, em 2003, também seria explorada por Paulo-Guilherme d’Eça Leal em estudo similar, Almada Negreiros chega à conclusão de que os painéis são parte de um retábulo concebido para a Capela do Fundador, no Mosteiro da Batalha, apesar de nunca aí terem estado. Desse retábulo faziam parte não apenas as tábuas do políptico mas também as dos quadros dos santos, igualmente atribuídos a Nuno Gonçalves (São Pedro, São Teotónio, São Paulo e santo franciscano), as duas pinturas de São Vicente (atado a uma coluna e na cruz em aspa), duas outras de que não se conhece o paradeiro e ainda o “Ecce Homo”, que Almada considerava a pintura mais bela do mundo e que é o centro de todo este conjunto. Todas estas obras se encontravam, à época, na mesma sala do Museu de Arte Antiga. Curiosamente, hoje, só os “Painéis de São Vicente” podem ser apreciados pelo público, estando os outros quadros em salas interditas aos visitantes.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">É um longo e empenhado trabalho de Almada, com alguns erros que hoje já se podem reconhecer (o “Ecce Homo” terá sido pintado no século XVI e portanto não é contemporâneo dos painéis), mas que tem a particularidade de tentar encontrar uma regra, um “cânone”, que está igualmente representado no tesouro de Delfos, nos frescos de Creta, no vaso de Suse, no melhor da arte bizantina, árabe, hebraica, romântica, gótica ou moderna. Um caminho que se distinguiu, e que distinguia Almada, daquele que levou a esmagadora maioria dos outros historiadores de arte ou meros curiosos pela questão dos painéis em busca de verem o seu nome inscrito na controvérsia que os envolve. Ao contrário da procura de um miraculoso documento que poderia deslindar toda a verdade, Almada Negreiros investiu na geometria que neles estaria inscrita. Para ele, os documentos sempre foram os próprios painéis.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Resta então uma terceira e última anedota. Em 1958, o escultor Leopoldo de Almeida, o arquitecto José Cortez e o próprio Almada terão regressado ao Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha. Na Capela do Fundador, Cortez terá apontado o terço poente da parede norte, e Almada exultou: “É aqui.” “Sem mais, abraçámo-nos os três”, conta numa das entrevistas. Era o lugar perfeito para os 15 painéis de um retábulo com 12 metros de altura que, nas suas elucubrações, concedia unidade a um todo. Nesse particular, este livro é também um valioso documento, por reunir textos vários que se encontravam dispersos e que vêm revelar-se representantes de uma tese com poucos pontos comuns senão mesmo contrária à oficial, publicada por José de Figueiredo (republicano, director do Museu de Arte Antiga) em 1910 e que dá Nuno Gonçalves como autor, a veneração de São Vicente como tema e a Sé de Lisboa como o seu lugar eleito. Almada não aceita a autoria de Nuno Gonçalves (nos textos são sempre tratados como sendo os “painéis chamados de Nuno Gonçalves”) e identifica o santo como o infante Dom Fernando (devido a duas iniciais que terá encontrado na dalmática). A esse respeito, a sua posição encontra-se bastante mais próxima daquela professada desde 1925 por José Saraiva. Almada não ousa, contudo, atribuir os painéis a um artista estrangeiro, aceitando nesse ponto uma doutrina comum e que data desde os alvores nacionalistas da República, tendo chegado incólume aos dias de hoje.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><b><span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">In:" http://expresso.sapo.pt/cultura/2015-09-26-Os-paineis-segundo-Almada-Negreiros"</span></span></b></div>
VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-1569019663195088752014-06-26T12:00:00.000+01:002014-07-11T02:04:15.134+01:00Voando para ti<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/5eRpvYpC8PU?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></b></div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Poema inspirado no quadro ( Voando para ti ) de Domingos Magalhães de Oliveira </span></b><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Voando para ti.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Voando para ti com asas de anjo e olhos embriagados de céu.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Não importa se as minhas estradas são feitas de tempo </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">De vento ou se desabo no abismo.</span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Que sei eu deste mistério de querer voar para ti? </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Numa rota onde a minha alma quase se perde de mim? </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Encho a noite de estrelas e no deslumbramento da ascensão </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">escuto as canções que tens no peito...</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Talvez essa melodia adormeça a escuridão que quer devorar estas asas </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Quando insistem em levar o teu coração num voo mais alto.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> </span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Que sei eu deste mistério de querer voar para ti?</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><br />
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-size: x-small;">Autor: Olga Florência</span></div>
<div style="text-align: left;">
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VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-57160685076079537702014-06-21T12:00:00.000+01:002014-07-10T04:56:48.632+01:00Celebração Solstício Verão<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/5qXisRlcoAI?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><b>Celebração Solstício de Verão na Quinta da Regaleira - Sintra, Visita e Banquete de Solstício.</b></span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />Escultura - Domingos Magalhães de Oliveira<br />Pintura - Oscar Alves<br />Música - Hugo Claro<br />Canto - Sofia Claro - Hugo Claro<br />Poesia - David Zink, Eladio Climaco, Helena Ramos, Maria De Lurdes Nogueira<br />Fotografia - Olga Florência</span><br />
<br />VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-74845596434969371692014-06-17T12:00:00.002+01:002020-10-22T00:16:34.136+01:00Comemoração Solstício Verão 2104<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6IfxHtAVOTG1TSMk9Fq7H3ZKWkERpnNuGCzZYzFNaskZvGLKSkWGBtRI6tFt4fJZOUOtlldIQP4RSMAHpJ7kkW2ASXkptIrYEhZcT_TxNmZyzzZaylgdll1HoN2vrx40ex8HIZimN1sQ/s1600/Convite+Solst%C3%ADcio+21JUN+-+Quinta+da+Regaleira.gif" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6IfxHtAVOTG1TSMk9Fq7H3ZKWkERpnNuGCzZYzFNaskZvGLKSkWGBtRI6tFt4fJZOUOtlldIQP4RSMAHpJ7kkW2ASXkptIrYEhZcT_TxNmZyzzZaylgdll1HoN2vrx40ex8HIZimN1sQ/w320-h225/Convite+Solstício+21JUN+-+Quinta+da+Regaleira.gif" width="320" /></a></div><p>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><b> </b></span></p><p><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><b>21 Junho (sábado) - Quinta da Regaleira - Sintra</b></span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> <b>18h - Visita Guiada - 20H - Banquete Solstício</b></span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> <br /> ARTE com mostra de pintura e escultura de Oscar Alves e Domingos Oliveira; POESIA por João David Zink e Lurdes Nogueira; MÚSICA Com Hugo Claro e Sofia Sousa Claro. <br /> <br /> Visita Valor: 10,00€ - Banquete: 15,00€ - Visita e Banquete Valor: 25,00€<br /> Crianças até 9 anos - Gratuito - Jovens até 18 anos - 1/2 Valor</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /> </span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> INSCRIÇÃO OBRIGATÓRIA: Tlm. 918 959 854 0u vitriol.portugal@gmail.com</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> </span><br />
</p><div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> SOLSTITIUM</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> Por instantes, duas vezes em cada doze meses, o Sol alcança a sua maior declinação elíptica – e parece suspender-se em luz pura. Nesses dois dias mais longos do ano se marca o início dos ciclos maiores da Mãe-Natureza, celebrados desde que o Homem pôde conhecer e medir o seu lugar no Universo.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> Desde a mais remota Antiguidade assinalamos, sob a forma de alegorias míticas e festas telúricas, a abertura gloriosa das Portas Solsticiais. E a própria etimologia latina do SOLSTITIUM nos remete para esse breve momento em que o Astro se sustém, grande e jorrando luz, franqueando os seus portais a quem ousa olhá-lo de frente.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> Uma das faces do dualismo primordial do preto e do branco, expresso também nas duas faces do deus Janus, o Grande Arquitecto bifásico, está perfeitamente figurada na festa dos Fogos de S. João de Verão, o Solstício de Câncer, personificado no Baptista, e que assinala a travessia da Porta dos Homens, a abundância e a plenitude do que é perfeito.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> O mesmo Sol que ilumina o Ser humano, neste momento de transição das trevas para a claridade, é o mesmo que faz germinar na terra os frutos. Por isso, nesta cerimónia, celebramos também o trigo, o vinho e o azeite – cada um na sua carga simbólica própria e todos como representação da capacidade geradora, desse início em que da semente brotam os primeiros rebentos que hão-de crescer, frutificar e multiplicar-se.</span></div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span></div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> <br /> <span style="font-size: x-small;">VITRIOL – ASSOCIAÇÃO DIVULGAÇÃO LÍNGUA CULTURA LUSÓFONA</span></span>VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0Quinta da Regaleira, 2710-567 Sintra, Portugal38.7963069 -9.396024399999987513.274272399999997 -50.704618399999987 64.3183414 31.912569600000012tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-22063362932471995862013-12-20T20:00:00.000+00:002014-03-19T23:54:07.196+00:00Solstício de Inverno 2013 - Quinta da Regaleira - Sintra<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/JYfelWA6eh4?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
No momento em que o Homem se junta à volta do Fogo, realizou-se a celebração numa comunhão de ideais com a participação: música Hugo Claro e Sofia Sousa Claro; poesia Maria Lurdes Nogueira, João David Zink, Olga Florência, José Paulo Sousa, Júlia Pires, António M. Ferro, Margarida Canto, João Camacho ... Saudando o RENASCIMENTO em todos Nós.VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-86837022790051407412013-12-12T12:00:00.000+00:002014-03-19T23:27:42.662+00:00Celebração Solstício de Inverno 2013<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOJeGpOlcalSH1-dCewVmDmT7zH6JAeCLUFDJT8V-gdiYxy-XQ2C7XLQ8LBFpRI7P4rTO7mQdotRl9ByB5BYHtSWBXCGBKwkndyIMlO5RHkG95W1XaeXwlagLbAmmD5Ir-ELBuPupPQcg/s1600/Convite+Solst%C3%ADcio+Inverno+20DEZ2103.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOJeGpOlcalSH1-dCewVmDmT7zH6JAeCLUFDJT8V-gdiYxy-XQ2C7XLQ8LBFpRI7P4rTO7mQdotRl9ByB5BYHtSWBXCGBKwkndyIMlO5RHkG95W1XaeXwlagLbAmmD5Ir-ELBuPupPQcg/s320/Convite+Solst%C3%ADcio+Inverno+20DEZ2103.jpg" height="224" width="320" /></a></div>
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<br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Mais um Solstício de Inverno, em que viveremos a noite mais longa do ano. Como que num recolhimento uterino desejado, o Sol afastou-se do hemisfério norte. O Inverno é a época para semear. </span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">No momento em que o Homem se junta à volta do Fogo, realizou-se a celebração numa comunhão de ideais com a participação: música Hugo Claro e Sofia Sousa Claro; poesia Maria Lurdes Nogueira, João David Zink, Olga Florência, José Paulo Sousa, Júlia Pires, António M. Ferro, Margarida Canto, João Camacho.</span><span class="userContent"></span><br />
<br />
<span class="userContent"></span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Saudamos o Solstício fecundo; <br />Saudamos a Luz; <br />Abrimos os nossos corações; <br />Levantamos as nossas mãos; </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />Sobe, chama, sobe! <br /><br />Saudamos o Sol; <br />Saudamos a Vida; <br />Saudamos a Origem!</span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><br />
<br />
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">VITRIOL - ASSOCIAÇÃO DIVULGAÇÃO LÍNGUA CULTURA LUSÓFONA</span></span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> </span></div>
VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0Quinta da Regaleira,Sintra, Portugal38.7963069 -9.396024399999987513.274272399999997 -50.704618399999987 64.3183414 31.912569600000012tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-6601579695254219842013-12-05T12:00:00.000+00:002014-03-10T00:50:40.492+00:00Invictus<div style="text-align: left;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Dentro da noite que me rodeia<br /> Negra como um poço de lado a lado<br /> Agradeço aos deuses que existem<br /> por minha alma indomável<br /> <br /> Sob as garras cruéis das circunstâncias<br /> eu não tremo e nem me desespero<br /> Sob os duros golpes do acaso<br /> Minha cabeça sangra, mas continua erguida<br /> <br /> Mais além deste lugar de lágrimas e ira,<br /> Jazem os horrores da sombra.<br /> Mas a ameaça dos anos,<br /> Me encontra e me encontrará, sem medo.<br /> <br /> Não importa quão estreito o portão<br /> Quão repleta de castigo a sentença,<br /> Eu sou o senhor de meu destino<br /> Eu sou o capitão de minha alma.</span><b><i><span style="background: black; color: white; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;"></span></i></b></div>
</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Poema de William Ernest Henley, escrito em 1875, poema que Mandela lia todos os dias na cadeia e que lhe serviu de inspiração para continuar cada dia. </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> </span><b><i><span style="background: black;"></span></i></b>
<b><i><span style="background: black; color: white; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;"></span></i></b>
</div>
VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-29413130443828333852013-11-27T19:30:00.000+00:002014-03-04T19:46:12.909+00:00Conferência e Roteiro: Os Painéis S. Vicente de Fora<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/i80uEuQnMw0?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />Ciclo de Conferências do Monte da Lua: «Os Painéis de S. Vicente de Fora: a iconografia em questão» </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Os «Painéis de S. Vicente de Fora» que hoje se encontram no Museu Nacional de Arte Antiga, ainda que não suscitem grandes divergências no que respeita a considerações de ordem estética, sendo consensual o fascínio que exercem, são, no entanto, o objecto da maior controvérsia na historiografia do património artístico português, aquela que já fez correr mais tinta e despertou maiores paixões, e que apesar disso, volvido mais de um século da sua redescoberta, se encontra longe de estar definitivamente solucionado. </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> </span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">A presente abordagem, incidirá sobre os grandes pontos de divergência: a disposição dos painéis e o destino iniciais, o seu significado, a identificação da personagem central e demais figuras, as diferentes teses («vicentina», «catarinista», «fernandina», «cardinalícia», «crispiniana», «carlista» e dualistas destas), a autoria, o(s) patrocinador(es), e a data de execução. Serão demonstrados os resultados da própria investigação do conferencista, e à luz desta apontados novos caminhos a percorrer.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> </span><span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Autor: João David Zink, historiador de arte</span></span></div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span></div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span>VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-32223450013951257412013-11-15T12:00:00.005+00:002020-10-22T01:41:03.975+01:00A calçada portuguesa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWnEPllLTrJwXNQ_KYcS_FxbOmBUank3WceFy_TIEuvKkStyuFQxGsHYXjubUhEhNXjmOdPq9FjtyBdiYboosl0oP56RD-ysL8QGox2Eg9auDyma1JMOfv-7ROm_chO0RZeBvsRJeWFVo/s394/Ac%25C3%25A1cia+Pedra.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="394" data-original-width="296" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWnEPllLTrJwXNQ_KYcS_FxbOmBUank3WceFy_TIEuvKkStyuFQxGsHYXjubUhEhNXjmOdPq9FjtyBdiYboosl0oP56RD-ysL8QGox2Eg9auDyma1JMOfv-7ROm_chO0RZeBvsRJeWFVo/s320/Ac%25C3%25A1cia+Pedra.jpg" /></a></div>Apesar de os pavimentos calcetados terem surgido no reino por volta de 1500, a calçada à portuguesa, tal como a entendemos hoje, foi iniciada em meados do Séc. XIX. A chamada “calçada à portuguesa”, em calcário branco e negro, caracteriza-se pela forma irregular de aplicação das pedras. Todavia, o tipo de aplicação mais utilizado hoje, desde meados do Séc. XX, designado por “calçada portuguesa”, é aplicado com cubos, e tem um enquadramento diagonal. Calçada à portuguesa, e calçada portuguesa são coisas distintas. </span><br /><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />A calçada começou em Portugal de forma direrente da que hoje é, mais desordenada. São as cartas régias de 20 de Agosto de 1498 e de 8 de Maio de 1500, assinadas pelo rei D. Manuel I, que marcam o início do calcetamento das ruas de Lisboa, mais notavelmente o da Rua Nova dos Mercadores (antes Rua Nova dos Ferros). Nessa época, foi determinado que o material a utilizar deveria ser o granito da região do Porto, que, pelo transporte implicado, tornou a obra muito dispendiosa. O objetivo seria que a Ganga, um rinoceronte branco, ricamente ornamentada, não sujasse de lama com o calcar das suas pesadas patas, o numeroso e longo cortejo, com figurantes aparatosamente engalanados com as novas riquezas e adornos vindas do Oriente, que saía à rua em pleno Inverno, aquando do seu aniversário a 21 de Janeiro. A comitiva ficava manifestamente suja, daí a decisão de calcetar as ruas do percurso como forma de dar resposta ao problema. Sendo a única vez no ano em que o rei se mostrava à população vem daí a explressão: “Quando o rei faz anos…” <br /><br />O terramoto de 1755, a consequente destruição e reconstrução da cidade lisboeta, em moldes racionais mas de custos contidos, tornou a calçada algo improvável à época. Contudo, já no século seguinte, foi feita em Lisboa no ano de 1842, uma calçada calcária, muito mais próxima da que hoje mais conhecemos e continua a ser utilizada. O trabalho foi realizado por presidiários (chamados “grilhetas” na época), a mando do Governador de armas do Castelo de São Jorge, o tenente-general Eusébio Pinheiro Furtado. O desenho utilizado nesse pavimento foi de um traçado simples (tipo zig-zag) mas, para a época, a obra foi de certa forma insólita, tendo motivado cronistas portugueses a escrever sobre o assunto. Em O Arco de Sant’Ana, romance de Almeida Garrett, também a calçada seria referida, tal como em Cristalizações, poema de Cesário Verde. A chamada “calçada à portuguesa”, conforme a conhecemos, em calcário branco e negro, foi empregada pela primeira vez em Lisboa, na encosta do castelo, no ano de 1842. <br /><br />Após este primeiro acontecimento, foram concedidas verbas a Eusébio Furtado para que os seus homens pavimentassem toda a área da Praça do Rossio, uma das zonas mais conhecidas e mais centrais de Lisboa, numa extensão de 8.712 m². A calçada portuguesa rapidamente se espalhou por todo o país e colónias, subjacente a um ideal de moda e de bom gosto, tendo-se apurado o sentido artístico, que foi aliado a um conceito de funcionalidade, originando autênticas obras-primas nas zonas pedonais. Daqui, bastou somente mais um passo, para que esta arte ultrapassasse fronteiras, sendo solicitados mestres calceteiros portugueses para executar e ensinar estes trabalhos no estrangeiro. <br /><br />A calçada portuguesa é a herdeira das pavimentações romanas e a expressão portuguesa dessa tradição. O conceito de pavimentação está aliado a uma certa mentalidade romântica, onde se afirma o valor do nacionalismo, que se vai expressar na busca do passado de signos, factos e mitos considerados marcos fundamentais da história de Portugal e da construção da identidade nacional.<br /> São utilizados por isso na calçada portuguesa padrões e elementos decorativos tipicamente portugueses, relacionados com actividades sócio-económicas, peixes, frutos, cereais, animais, artesanato e sobretudo o período dos Descobrimentos marítimos onde pontificam caravelas, sereias, cordas, conchas, ondas do mar, estrelas e esferas armilares. <br /><br />Em 1986, foi criada uma escola para calceteiros (Escola de Calceteiros da Câmara Municipal de Lisboa), situada na Quinta Conde dos Arcos. Da autoria de Sérgio Stichini, em Dezembro de 2006, foi inaugurado também um monumento ao calceteiro, sito na Rua da Vitória (baixa Pombalina), entre as Rua da Prata e Rua dos Douradores.</span><br />
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<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Autor: A. Pires </span></span></div>
VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-59696240114329198112013-11-05T12:00:00.005+00:002020-10-21T22:04:14.133+01:00Crónica de um percurso<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEC61G2viGbfy4Uaj-JBvHKFTDxYwQcmBGd30MMN1AMlCCUHvTQbYNLJ2iybbP0Q5ItjbqUv8ogYGY1hKAqohdYrJw6TqGK-XgzHs9MLTfFeLAVBIJkAVI3x9EHZux2AvKlMd1ZDwkdUI/s1600/Electrico+28.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEC61G2viGbfy4Uaj-JBvHKFTDxYwQcmBGd30MMN1AMlCCUHvTQbYNLJ2iybbP0Q5ItjbqUv8ogYGY1hKAqohdYrJw6TqGK-XgzHs9MLTfFeLAVBIJkAVI3x9EHZux2AvKlMd1ZDwkdUI/s1600/Electrico+28.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Ainda perduram algumas carreiras de eléctricos em Lisboa, algumas mais modernas (com eléctricos de última geração e linhas reconstruídas) e também as mais antigas, e finalmente a 28, do Martim Moniz aos Prazeres. Destas carreira sobreviventes de uma rede que outrora chegava a toda a parte, a mais longa e complicada é a 28, cujo actual percurso data de 1985, mas que já era possível fazer antes, com outras denominações. Há vários aspectos muito interessantes nesta carreira, que a tornam muito procurada por alfacinhas, portugueses e turistas. </span><br /></div><div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />Um é o sabor de andar de eléctrico à moda antiga, lentamente, aos encontrões nas curvas, com o chiar das rodas nos carris. Outro é o descanso, para quem não tenha pressa, de um circuito que, feito em outro qualquer meio de transporte, é um verdadeiro suplício. Finalmente, o percurso, pelos locais onde passa, é um verdadeiro passeio pela vida de Lisboa, desde a fundação até aos nossos dias - ou seja, oito séculos de história paulatinamente apreciados das altas e arejadas janelas do eléctrico, condensados numa hora. </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Foi esta última qualidade que levou o nosso mais competente e interessante historiador de Arte, José-Augusto França, a fazer uma narrativa da viagem. Como ele salienta, no prefácio de <i>"28 - Crónica de Um Percurso"</i>, o amarelinho<i> "passa por uma dez igrejas, oito conventos que foram, uns vinte palácios e palacetes que são ou já não são, meia dúzia de prédios de destaque, seis jardins e uma dezena e meia de estátuas, dez teatros e cinemas de que só restam dois..." </i><br /><br />Assim embalados, lá vamos pelo 28! </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">O percurso pode começar no Largo do Martim Moniz ou no largo em frente ao cemitério dos Prazeres, em Campo de Ourique. Vamos iniciar da base mais antiga, o que permite um certo sentido cronológico. <br /><br />O Martim Moniz - a mais histórica das chagas da capital - já foi consertado, uma necessidade que se fazia sentir há séculos, mas cujo arranjo certamente continua a desagradar a muita gente. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Seguimos por ruas, apontando a quem se refere o nome de muitas delas - heróis esquecidos de outras guerras - e salientando uma ou outra construção interessante, que aqui nem há muitas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Com efeito, tanto o malfadado largo , como a Rua da Palma e a sua continuação, a Avenida Almirante Reis, nunca conseguiram ser nem bonitos, nem agradáveis, nem particularmente interessantes. São aquelas áreas de maldição que todas as cidades têm, mesmo quando já passaram por séculos de gostos, estilos, destruições e reconstruções. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Mas o 28 logo depois muda para a rua Maria Andrade (uma das filhas do pato bravo que construiu aqueles quarteirões, vai para mais de um século, ficamos a saber) e começa a subir para paragens mais interessantes. <br /><br />Até à Graça, e mesmo depois dela, é o século XIX que impera, com monumentos maçónicos e operários, apesar de ser zona habitada á muito mais tempo; contudo logo a seguir, pela Rua das Escolas Gerais (o que seriam?), chega-se à Graça e ao berço da nacionalidade. É o Castelo, é a Sé (mandada fazer por D. Afonso Henriques, logo a seguir à tomada da cidade, no terreno de uma mesquita) são os palácios medievais depois tornados conventos, depois prisões, depois tantas outras coisas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">O Limoeiro, por exemplo, foi Paço dei Rei D. Fernando, morada de D. Pedro e D. Inês, refúgio de D. Leonor Teles e perdição do Conde Andeiro, quase desapareceu no Terramoto, tornou-se convento, depois prisão e actualmente, limpo e depurado, é... Academia! <br /><br />O 28 passa atravessa então a Baixa, e estamos no período pombalino. Depois, subindo a Calçada de São Francisco (também pombalina) cruza o Chiado, onde há memórias oitocentistas (o antigo Hotel Bragança, em cujo restaurante se deleitavam os perdidos da vida), símbolos do Estado Novo (a PIDE), e, realmente, um pouco de todas as épocas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">O mesmo se pode dizer do Camões (a terceira grande estátua levantada em Lisboa, depois do D. José e do D. Pedro IV) e mergulha nas profundezas de S. Bento - a Assembleia da República, que já foi convento, o Poço dos Negros, onde eram atirados a um poço, mais palácios, o primeiro centro de Higiene Pública da cidade, hoje desaparecido, a Faculdade de Economia, a Emissora Nacional... <br /><br />As referências são sempre múltiplas e de muitas épocas, numa cidade que se vem construindo e destruindo sucessivamente ao vento das catástrofes naturais e aos ventos das histórias, das fortunas, das viradeiras. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Pausa obrigatória na Estrela, a única loucura da rainha louca, com o seu jardim já quase republicano - e depois é a zona da década de 30 e 40 e da pequena burguesia pré e pró-salazarenta, Campo de Ourique. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Quanto ao cemitério, a leitura dos jazigos, campas e estilos funerários é, em si, toda uma outra leitura da mesma História. <br /><br />Como se adivinha nesta breve resenha, há pano para muitas mangas, então, convém não esquecer, pode-se mesmo apanhar o 28 e viver tudo isto. </span></div>
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<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span></div>
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<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /><span style="font-size: x-small;">Autor: A. Pires<br />In "28 Crónica de um percurso" de José-Augusto França</span></span></div>VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-91650984397965264262013-10-24T12:00:00.000+01:002014-02-03T23:11:39.543+00:00Factura Histórica<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-AeGQjhI3ZNewfcNzb94meLoyCCbBh5mRyH6wBbdFTLJLwlgwwyqm7MBTe5iHC1nEXKmz8-iG3SwDMsHaEvqj09LRXPWvrJ6lt-y9YcMIFK-c4aN_ZqCpoEz0qbtLzT79vOsiRvDm960/s1600/Factura+Torre+Tombo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-AeGQjhI3ZNewfcNzb94meLoyCCbBh5mRyH6wBbdFTLJLwlgwwyqm7MBTe5iHC1nEXKmz8-iG3SwDMsHaEvqj09LRXPWvrJ6lt-y9YcMIFK-c4aN_ZqCpoEz0qbtLzT79vOsiRvDm960/s1600/Factura+Torre+Tombo.jpg" height="640" width="461" /></a></div>
<br />VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-8665673587249150192013-10-19T12:00:00.000+01:002014-01-29T12:53:01.782+00:00Centenário Nascimento Vinicius de Moraes<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi4NZrHjf97X016i9T50uVqj1fqpiT12ZjsCn2rTW6Z8kIzISqvqyRNZgd7NCG2M3ZrVPNJh0TgYG1CIVo4fhvYkrNB9sr-KXkc_olLSBVc-t57ux7QzKK8kv4bukAEMZVHQbwO8ZIb0Q/s1600/Vinicius+de+Moraes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi4NZrHjf97X016i9T50uVqj1fqpiT12ZjsCn2rTW6Z8kIzISqvqyRNZgd7NCG2M3ZrVPNJh0TgYG1CIVo4fhvYkrNB9sr-KXkc_olLSBVc-t57ux7QzKK8kv4bukAEMZVHQbwO8ZIb0Q/s1600/Vinicius+de+Moraes.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
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<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Eu vi a estrela polar<br /> Chorando em cima do mar<br /> Eu vi a estrela polar<br /> Nas costas de Portugal! </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Desde então não seja Vênus <br /> A mais pura das estrelas<br /> A estrela polar não brilha<br /> Se humilha no firmamento<br /> Parece uma criancinha<br /> Enjeitada pelo frio<br /> Estrelinha franciscana<br /> Teresinha, mariana<br /> Perdida no Pólo Norte<br /> De toda a tristeza humana. <br /><br /> <i>Rio de Janeiro , 1946 </i></span></blockquote>
</blockquote>
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</blockquote>
</blockquote>
</blockquote>
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<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Vinicius de Moraes nasceu em 1913 no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro, filho de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, funcionário da Prefeitura, poeta e violinista amador, e Lídia Cruz, pianista amadora. Vinícius é o segundo de quatro filhos, Lygia (1911), Laetitia (1916) e Helius (1918). Mudou-se com a família para o bairro de Botafogo em 1916, onde iniciou os seus estudos na Escola Primária Afrânio Peixoto. Desde então, já demonstrava interesse em escrever poesias. Em 1922, a sua mãe adoeceu e a família de Vinicius mudou-se para a Ilha do Governador, ele e sua irmã Lygia permanecendo com o avô, em Botafogo, para terminar o curso primário.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Vinicius de Moraes ingressou em 1924 no Colégio Santo Inácio, de padres jesuítas, onde passou a cantar no coral e começou a montar pequenas peças de teatro. Três anos mais tarde, tornou-se amigo dos irmãos Haroldo e Paulo Tapajós, com quem começou a fazer suas primeiras composições e a se apresentar em festas de amigos. Em 1929, concluiu o ginásio e no ano seguinte, ingressou na Faculdade de Direito do Catete, hoje Faculdade Nacional de Direito (UFRJ). Na chamada "Faculdade do Catete", conheceu e tornou-se amigo do romancista Otavio Faria, que o incentivou na vocação literária. Vinicius de Moraes graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1933.<br /><br />Três anos depois, obteve o emprego de censor cinematográfico junto ao Ministério da Educação e Saúde. Dois anos mais tarde, Vinicius de Moraes ganhou uma bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford. Em 1941, retornou ao Brasil empregando-se como crítico de cinema no jornal "A Manhã". Tornou-se também colaborador da revista "Clima" e empregou-se no Instituto dos Bancários. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">No ano seguinte, foi reprovado em seu primeiro concurso para o Ministério das Relações Exteriores (MRE). Em 1943, concorreu novamente e desta vez foi aprovado. Em 1946, assumiu o primeiro posto diplomático como vice-cônsul em Los Angeles. Com a morte do pai, em 1950, Vinicius de Moraes retornou ao Brasil. Nos anos 1950, Vinicius atuou no campo diplomático em Paris e em Roma, onde costumava realizar animados encontros na casa do escritor Sérgio Buarque de Holanda. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">No final de 1968 foi afastado da carreira diplomática tendo sido aposentado compulsoriamente pelo Ato Institucional Número Cinco. <br /><br />O poeta estava em Portugal, a dar uma série de espectáculos, alguns com Chico Buarque e Nara Leão, quando o regime militar emitiu o AI-5. O motivo apontado para o afastamento foi o seu comportamento boêmio que o impedia de cumprir as suas funções. Vinícius foi anistiado (post-mortem)pela Justiça em 1998. A Câmara dos Deputados brasileira aprovou em Fevereiro de 2010 a promoção póstuma do poeta ao cargo de "ministro de primeira classe" do Ministério dos Negócios Estrangeiros - o equivalente a embaixador, que é o cargo mais alto da carreira diplomática. A lei foi publicada no Diário Oficial do dia 22 de junho de 2010 e recebeu o número 12.265.<br /><br />Vinicius começou a se tornar prestigiado com sua peça de teatro "Orfeu da Conceição", em 25 de setembro de 1956. Além da diplomacia, do teatro e dos livros, sua carreira musical começou a deslanchar em meados da década de 1950 - época em que conheceu Tom Jobim (um de seus grandes parceiros) -, quando diversas de suas composições foram gravadas por inúmeros artistas. Na década seguinte, Vinicius de Moraes viveu um período áureo na MPB, no qual foram gravadas cerca de 60 composições de sua autoria. Foram firmadas parcerias com compositores como Baden Powell, Carlos Lyra e Francis Hime. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Na década de 1970, já consagrado e com um novo parceiro, o violonista Toquinho, Vinicius seguiu lançando álbuns e livros de grande sucesso. <br /><br />Na noite de 9 de julho de 1980, acertando detalhes com Toquinho sobre as canções do álbum "Arca de Noé", Vinicius alegou cansaço e que precisava tomar um banho. Na madrugada do dia seguinte Vinicius foi acordado pela empregada, que o encontrara na banheira de casa, com dificuldades para respirar. Toquinho, que estava dormindo, acordou e tentou socorrê-lo, seguido por Gilda Mattoso (última esposa do poeta), mas não houve tempo e Vinicius de Moraes morreu pela manhã.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> </span></div>
VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-28469690057295809082013-10-10T12:00:00.000+01:002020-10-21T22:06:10.128+01:00Poema Papiniano Carlos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/KsBR4oOz-Tw?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Notável poesia de Papiniano Carlos lida aquando do Congresso Republicano de 1956.<br />Que ajude a inspirar os Republicanos vivos no exemplo dos Republicanos mortos.</span></div>
<br />VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-88168867148460823852013-10-03T12:00:00.006+01:002020-10-21T22:08:44.340+01:00Uma bofetada na República<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzTjLBSfny6kJzoIsbq0K8ZVGcbP_5fNmYlOMo1BHpl_7pkZJcHdCKZtUzfnIdjD_nEKr43-PvhhQlzNN0_QWbWWWT8IBX3qrJ8xu1L9_js5FGv8wa1LX_jWp97EmeDCYQMpF7HPbma9g/s1600/republica_portuguesa.JPG" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzTjLBSfny6kJzoIsbq0K8ZVGcbP_5fNmYlOMo1BHpl_7pkZJcHdCKZtUzfnIdjD_nEKr43-PvhhQlzNN0_QWbWWWT8IBX3qrJ8xu1L9_js5FGv8wa1LX_jWp97EmeDCYQMpF7HPbma9g/s320/republica_portuguesa.JPG" width="204" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Os Centros Republicanos sempre comemoraram o 5 de Outubro. Sempre
junto à estátua de António José de Almeida, quer durante a Primeira
República, quer na Ditadura do Estado Novo e agora, ao longo da Segunda
República. Mas sempre, arrostando durante a Ditadura com cargas
policiais e selváticas.<br />Agora, acabou-se com o feriado do 5
de Outubro, curiosamente num tempo em que o Sr. Presidente da República
louva esta e os seus ideais fazendo apelo à ética Republicana. Os dois
anteriores Presidentes, Mário Soares e Jorge Sampaio, também o fizeram e
com forte convicção.<br />Ora, quando os nossos Presidentes assim
procedem, a República resulta em exemplo estimulante para os
comportamentos que os actores políticos nem sempre, como tal, têm
assumido.<br />Na Ditadura, foi a “República” que aglutinou o combate
politico com as intervenções sacrificadas de muitos Republicanos. Os
Congressos Republicanos de Aveiro foram disso exemplo notável. A
República foi nesses difíceis tempos a voz, o coração e a coragem da
Oposição.<br /><br />O Governo, da República, decidiu extinguir o feriado do
5 de Outubro e ao fazê-lo, pelo menos, está a esquecer os seus
fundadores republicanos, já mortos, companheiros de quem nos lembramos
agora, Mário Montalvão Machado, Artur Santos Silva, José Augusto Seabra,
Artur Andrade, Artur da Cunha Leal, Olívio França, Nuno Rodrigues dos
Santos, entre outros.<br />Importa dizer não, por Decência.<br /><br />Talvez a
notável poesia de Papiniano Carlos lida aquando do Congresso
Republicano de 1956,</span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> ajude a inspirar os Republicanos vivos no exemplo dos Republicanos mortos:<br /><br />“Que vos dizer, ó companheiros mortos,</span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />Ó mestres queridos, ilustres ou anónimos?<br />Que palavras incolores, que rosa desfolhada<br />para dar-vos? Não, a terra não ficou<br />por semear, nem o navio abandonado,<br />a tarefa inacabada.<br /> </span></div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Mesmo que vós nos dissésseis: “Estamos mortos!<br />Que esperais de nós ainda?”, nós sabemos<br />que é a vosso lado que atravessaremos as sombras<br />destes terríveis tempos. Convosco viajaríamos<br />através da morte, da peste e dos infernos<br />se preciso fosse. A liberdade escreve-se<br />com sangue, estrelas e raízes, e é no meio<br />das trevas e dos cárceres que floresce</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Assim vós a amastes e nos ensinaste.<br /><br />Assim a amamos e, em seu nome,<br />havemos de chegar ao fim<br />da áspera jornada:</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Com o exemplo da vossa união,<br />com vossa fé, vosso amor ao Povo, vossa verdade,<br />vosso navio,<br />vossa inesquecível voz.”</span><br />
<br />
<b><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Viva a República!</span></b>VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-25660843735652828222013-09-26T12:00:00.000+01:002014-01-26T11:51:08.837+00:00Conferência Fernão Mendes Pinto<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">No âmbito do Ciclo de CONFERÊNCIAS DO MONTE DA LUA, a VITRIOL Associação realizou a 19.ª Conferência com o tema - FERNÃO MENDES PINTO: PEREGRINANDO no LABIRINTO do ORIENTE, por ANTÓNIO M. FERRO.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Antecipando o 4.º Centenário da publicação de Peregrinação, que ocorre no próximo ano, ensaia-se nesta comunicação uma leitura desse texto fundamental da Cultura, da Literatura e da Língua Portuguesa, tendo como novelo de Ariana e bússola os conceitos de mito e desmitificação, biografismo e autobiografismo, Portugal e os portugueses, História e Utopia, verdade e fantasia, viagem e milagrismo, e outros vários rumos e navegações, ora “pelo rio abaixo” ora “pelo rio acima”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Autor: </span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">António
M. Ferro </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Mestre em Filosofia pela Universidade de Lisboa e Doutor
em Linguística Românica pela Universidade de Bucareste. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span></div>
VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-45318267934484869322013-09-19T12:00:00.000+01:002014-01-24T00:03:03.480+00:00Peregrinando II<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
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<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Saudades da minha gueixa<br />Como sal dissolvo-me na memória de ti<br />antiquíssimo alimento de minha alma perdida<br />e sorvo avidamente a minha cicuta diária<br />na inquietude longa e dura e vária<br />que a tua ausência traz ao meu desfazer-se<br />dia a dia e navegar<br />Meu pão nosso de cada dia<br />e minha querida navegação antiga<br />em tua ausência vou amiga e Circe<br />pelo rio acima</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">e pelo rio abaixo</span></blockquote>
</blockquote>
</blockquote>
</blockquote>
</blockquote>
<br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="font-size: x-small;">Autor: António M. Ferro</span></span>VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-34343549491709586062013-09-12T12:00:00.000+01:002014-01-18T19:35:07.061+00:00Peregrinando - I<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Peregrinando paciente impaciente</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">o pobre de mim! Em minha vela vou</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">por este rio acima</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">por este rio abaixo</span></blockquote>
<blockquote>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">As vezes mísero às vezes nobre<br />Ora valente ora covarde enorme ingente<br />As vezes grande às vezes baixo<br />Quem sou se faz deste indo e navegar<br />assim tão incerto e tão contrário<br />Às vezes blasfémias ás vezes orações<br />Entre naufrágios e milagres<br />bombardas golpes tempestades<br />feridas e monções<br />por este rio acima<br />por este rio abaixo vou<br /> </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">E rumando tesouros e feridas e ilusões<br />que quão incertas são as cousas da China! </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Sou imprevisto e vário<br />e ladrão embaixador avaro soldado<br />mercador falsário cruel bondoso ruim<br />generoso escravo mísero mas corsário<br />de mim sempre. Que escrevo?<br />Mas cossairo de mim sempre!</span></blockquote>
</blockquote>
</blockquote>
</blockquote>
</blockquote>
<br />
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Autor: António M. Ferro</span></span>VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-17276129694673569362013-07-30T12:00:00.000+01:002014-01-11T22:30:26.999+00:00Este é tempo de sim<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdFACPaBR83juEB5PDqYJrAGXyHHYaUCvqeMCgXe4bF8BoGIDHsxtJt3Ij_ukmot7jCIJF8RuMSIwjsV6nBAkxb8o2oFgJMNXXrMs3Y2LP-36i2IECU5lIiN5WVCuE4ggEUDPPjFKzGzA/s1600/Fernando+Vale.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdFACPaBR83juEB5PDqYJrAGXyHHYaUCvqeMCgXe4bF8BoGIDHsxtJt3Ij_ukmot7jCIJF8RuMSIwjsV6nBAkxb8o2oFgJMNXXrMs3Y2LP-36i2IECU5lIiN5WVCuE4ggEUDPPjFKzGzA/s1600/Fernando+Vale.jpg" height="218" width="320" /></a></div>
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<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Este é tempo de sim</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> Tempo de cada um por si e para si</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> Carreira ordem unida orelha murcha</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> Vida vidinha medo miudinho</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> Tempo de chefe e chefezinho</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> Este é tempo outra vez de Portugal em inho </span></blockquote>
<blockquote>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Eis senão quando vem Fernando Valle<br /> Com seu cabelo branco e seu sorriso<br /> Traz consigo a velha trilogia<br /> Liberdade (diz ele) </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">E há nos seus olhos<br /> Uma bandeira a conduzir o povo<br /> Igualdade (diz ele) </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">E chegam guerrilheiros<br /> Com suas armas e sua festa<br /> Garrett desembarca no Mindelo<br /> Antero fala nas Conferências do Casino<br /> Tocam sinos<br /> E chegam carbonários<br /> Sonhadores<br /> A Rotunda o Relvas a República<br /> Fraternidade (diz) E aí estamos nós<br /> De novo de mão na mão<br /> Prontos para o combate<br /> E para o não </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Ouviremos o Torga<br /> Seremos contra isto para ser por isto<br /> Resistir é possível<br /> Pela esperança lúcida<br /> É possível começar de novo <br /> </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Porque ainda há Fernando Valle<br /> Algures em Coimbra ou Arganil<br /> Há ainda um velho capitão do povo<br /> Com ele é sempre Portugal<br />E é sempre Abri</span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">l.</span></blockquote>
</blockquote>
</blockquote>
</blockquote>
</blockquote>
<span style="font-size: x-small;"><b><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Na data de nascimento - 30 de Julho, poema de Manuel Alegre dedicado à memória de Fernando Valle</span></b></span><br />
<br />VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-15082342696457678522013-07-18T12:00:00.000+01:002014-01-12T06:54:04.817+00:00Caminho<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/JfSTl-Rz87E?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Longe é a noite para aquele que vela<br />Longe é o caminho para aquele que está fatigado<br /> Longe é a série para os ignorantes...<br /><br />Caminho, poema de António Albino Machado </span><br />
<br />VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-39940554886528203872013-07-04T12:00:00.000+01:002014-01-12T06:54:46.224+00:00Um dia vou olhar para as tuas mãos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/Xha0H1iFtIg?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Um dia vou olhar para as tuas mãos </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">E sentir como sou feita delas...</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />Poema de Olga Florência</span><br />
<br />VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-50831615323811466052013-06-20T22:00:00.001+01:002020-10-21T22:10:59.763+01:00Origem do conto do Vigário, Fernando Pessoa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG2OqVF9a7GgMyhUhTwdtF198ZQK6aLRoN_GJdIoYVCU9zcCNJDZL_Xr3cLkUtZhm0QOrU-uZpAv5Cg8dYGaFd_K7QBLxNvLsT14v1yh5SNDWxhhhRnrF3ZHHisjnJeu7CsVA0Jw0SQpU/s1600/pessoa2.gif" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG2OqVF9a7GgMyhUhTwdtF198ZQK6aLRoN_GJdIoYVCU9zcCNJDZL_Xr3cLkUtZhm0QOrU-uZpAv5Cg8dYGaFd_K7QBLxNvLsT14v1yh5SNDWxhhhRnrF3ZHHisjnJeu7CsVA0Jw0SQpU/w216-h320/pessoa2.gif" width="216" /></a></div><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Vivia há já não poucos anos, algures, num concelho do Ribatejo, um pequeno lavrador, negociante de gado, chamado Manuel Peres Vigário. Da sua qualidade, como diriam os psicólogos práticos, falará o bastante a circunstância que dá princípio a esta narrativa. </span><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"> </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Chegou uma vez ao pé dele certo fabricante ilegal de notas falsas, disse-lhe: "Sr. Vigário, tenho aqui umas notazinhas de cem mil réis que me falta passar. O senhor quer? Largo-lhas por vinte mil réis cada uma.»; «Deixa ver», disse o Vigário; e depois, reparando logo que eram imperfeitíssimas, rejeitou-as: «Para que quero eu isso?», disse; «isso nem a cego se passa.» O outro, porém, insistiu; Vigário cedeu um pouco regateando; por fim fez-se negócio de vinte notas, a dez mil réis cada uma.</span><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"> Sucedeu que dali a dias tinha o Vigário que pagar a uns irmãos negociantes de gado como ele, a diferença de uma conta, no valor certo de um conto de réis. No primeiro dia da feira, em a qual se deveria efectuar o pagamento, estavam os dois irmãos jantando numa taberna escura da localidade, quando surgiu pela porta, cambaleando de bêbado, o Manuel Peres Vigário. Sentou-se à mesa deles, e pediu vinho. Daí a um tempo, depois de vária conversa, pouco inteligível da sua parte, lembrou que tinha que pagar-lhes. E, puxando da carteira, perguntou se, se importavam de receber tudo em notas de cinquenta mil réis. Eles disseram que não, e, como a carteira nesse momento se entreabrisse, o mais vigilante dos dois chamou, com um olhar rápido, a atenção do irmão para as notas, que se via que eram de cem. Houve então a troca de outro olhar.</span><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">O Manuel Peres, com lentidão, contou tremulamente vinte notas, que entregou. Um dos irmãos guardou-as logo, tendo-as visto contar, nem se perdeu em olhar mais para elas. O vigário continuou a conversa, e, várias vezes, pediu e bebeu mais vinho. Depois, por natural efeito da bebedeira progressiva, disse que queria ter um recibo. Não era uso, mas nenhum dos irmãos fez questão. Ditava ele o recibo, disse, pois queria as coisas todas certas. E ditou o recibo – um recibo de bêbedo, redundante e absurdo: de como em tal dia, a tais horas, na taberna de fulano, e "estando nós a jantar (e por ali fora com toda a prolixidade frouxa do bêbedo...), tinham eles recebido de Manuel Peres Vigário, do lugar de qualquer coisa, em pagamento de não sei quê, a quantia de um conto de réis em notas de cinquenta mil réis. O recibo foi datado, foi selado, foi assinado. O Vigário meteu-o na carteira, demorou-se mais um pouco, bebeu ainda mais vinho, e daí a um tempo foi-se embora.<br /><br />Quando, no próprio dia ou no outro, houve ocasião de se trocar a primeira nota, o que ia a recebê-la devolveu-a logo, por descaradamente falsa, e o mesmo fez à segunda e à terceira... E os irmãos, olhando então verdadeiramente para as notas, viram que nem a cegos se poderiam passar.<br />Queixaram-se à polícia, e foi chamado o Manuel Peres, que, ouvindo atónito o caso, ergueu as mãos ao céu em graças da bebedeira providencial que o havia colhido no dia do pagamento. Sem isso, disse, talvez, embora inocente, estivesse perdido. Se não fosse ela, explicou, nem pediria recibo, nem com certeza o pediria como aquele que tinha, e apresentou, assinado pelos dois irmãos, e que provava bem que tinha feito o pagamento em notas de cinquenta mil réis. "E se eu tivesse pago em notas de cem", rematou o Vigário "nem eu estava tão bêbedo que pagasse vinte, como estes senhores dizem que têm, nem muito menos eles, que são homens honrados, mas receberiam." E, como era de justiça foi mandado em paz.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">O caso, porém, não pôde ficar secreto; pouco a pouco se espalhou. E a história do "conto de réis do Manuel Vigário" passou, abreviada, para a imortalidade quotidiana, esquecida já da sua origem.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Os imperfeitíssimos imitadores, pessoais como políticos, do mestre ribatejano nunca chegaram, que eu saiba, a qualquer simulacro digno do estratagema exemplar. Por isso é com ternura que relembro o feito deste grande português, e me figuro, em devaneio, que, se há um céu para os hábeis, como constou que o havia para os bons, ali lhe não deve ter faltado o acolhimento dos próprios grandes mestres da Realidade – nem um leve brilho de olhos de Macchiavelli ou Guicciardini, nem um sorriso momentâneo de George Savile, Marquês de Halifax.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: x-small;">Contado por Fernando Pessoa.<br />(Publicado pela primeira vez no diário Sol, Lisboa, ano I, nº 1, de 30/10/1926, com o título de «Um Grande Português». Foi publicado depois no Notícias Ilustrado, 2ª série, Lisboa, 18/08/1929, com o título de "A Origem do Conto do Vigário".)</span> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-12121378070308265562013-06-13T12:00:00.000+01:002013-12-22T18:19:26.681+00:00Um poema inédito de Fernando Pessoa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj49E3zSKqBZxMiimk-r5OTIkP2EfFtjAtvVfirsB6ip1uK2W8QnMmnHEe4U4uFfAmuTwzIy_dqz9WIkJynXAtwxm2SyDTZwOkM1xUataanWG4x1TqgiRE_5ZU1bsNWiEPDavknRohdVas/s1600/F+Pessoa.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="238" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj49E3zSKqBZxMiimk-r5OTIkP2EfFtjAtvVfirsB6ip1uK2W8QnMmnHEe4U4uFfAmuTwzIy_dqz9WIkJynXAtwxm2SyDTZwOkM1xUataanWG4x1TqgiRE_5ZU1bsNWiEPDavknRohdVas/s320/F+Pessoa.JPG" width="320" /></a></div>
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">De leste a oeste comandámos, <br />Onde o sal vai, pisámos nós. </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Ao luar de ignotos fins buscámos <br /> A glória, inéditos e sós. </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Doença o nosso sono brando. <br /> Para quando é a nova lida, <br /> Ó mãe Ibéria, para quando? <br /><br /> Dois povos vêm da mesma raça <br /> Da mãe comum dois filhos nados, <br /> Hispanha, glória, orgulho e graça, <br /> Portugal, a saudade e as espada, <br /> Mas hoje... clama no ermo insulso<br />Quem fomos por quem somos, chamando. </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Para quando é o novo impulso <br /> Ó mãe Ibéria, para quando?</span></blockquote>
</blockquote>
</blockquote>
</blockquote>
</blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Este poema inédito de Fernando Pessoa, manuscrito e datado, de que actualizei a ortografia, merece alguns comentários.</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Em primeiro lugar são de referir duas variantes nos dois primeiros versos da segunda estrofe: "três" em vez de "dois povos" e de "dois filhos". O terceiro filho seria a Catalunha, que figura depois de Portugal (quarto verso), por acrescento posterior. A Mãe Ibéria teria assim, na segunda versão que os acrescentos deixam entrever, três filhos: Portugal, a Hispanha assim chamada e a Catalunha: duas filhas e um filho macho.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">É curioso constatar que o tal Quinto Império, com cujo sonho Pessoa se entreteve ao longo da vida, que seria do domínio do ser e não do ter - o da cultura e não o do poder, como no passado - abrangeria também a mãe Ibéria, como este poema deixa entender. </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Essa a sua originalidade, abrindo perspectivas novas à compreensão do messianismo de Pessoa. </span></div>
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span><span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><b><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Descoberto, fixado e comentado por Teresa Rita Lopes</span></b><br />In, Hablar Falar de Poesia nº 1, Outono 1997 <br /><a href="http://www.cfh.ufsc.br/~magno/orpheuinedito.htm">http://www.cfh.ufsc.br/~magno/orpheuinedito.htm</a></span></span><br />
<br />VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-24014242304539737612013-06-06T12:00:00.000+01:002013-12-16T16:52:59.359+00:00Conferência e Roteiro: Olisipo e a Romanização Território<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/FC1QsJ5wJXI?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">A VITRIOL Associação realizou mais uma viagem através da história de do tempo com o Roteiro/Visita sobre OLISIPO e a ROMANIZAÇÃO do TERRITÓRIO, por FILOMENA BARATA (historiadora) e RAÚL LOUSADA (jornalista).<br /><br />Pretende-se fazer a apresentação do que foi o Processo de Romanização na Hispânia e, em particular, na Lusitânia, referindo-nos às grandes mutações que se operaram no território com a chegada dos Romanos. <br />Debruçar-nos-emos sobre aspectos Administrativos; sobre a Vida Urbana e a Vida Rural; sobre a economia monetária e ainda sobre a exploração dos recursos designadamente os agrícolas, mineiros e piscatórios, durante a ocupação romana.<br />Nesse contexto serão dados a conhecer os vestígios romanos de Olisipo a que algumas lendas quiseram atribuir uma fundação mítica a Ulisses.<br /> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Autores: Filomena Barata (historiadora) e Raúl Lousada (jornalista) - Fundadores da Associação PORTUGAL ROMANO.</span></span><br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-16504882239666285892013-05-30T12:00:00.001+01:002020-10-21T22:13:16.391+01:00A Romanização de Olisipo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKvBcxzige4bcD2qA9ikEDD3XhBAWJTBQ-PB2_4KrcW4_pcBB5QuypbcK5EjI2D1ZHn1scMalzB7IyJUDDk1xSxgwa1YB-tEjRBrimzXwlRI-_d62cTjwfo0pfiRmznZdicjbiFLKOkeM/s1600/Estrela+Oito+Pontas+Romana.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKvBcxzige4bcD2qA9ikEDD3XhBAWJTBQ-PB2_4KrcW4_pcBB5QuypbcK5EjI2D1ZHn1scMalzB7IyJUDDk1xSxgwa1YB-tEjRBrimzXwlRI-_d62cTjwfo0pfiRmznZdicjbiFLKOkeM/s320/Estrela+Oito+Pontas+Romana.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Onde actualmente existe a construção na zona compreendida entre Belém e Alfama, em tempos passados, na época romana, existia um vasto e imenso estuário do rio, com grande e variadíssima fauna marinha, diversidade peixe, locais ideais para implantar e construir edifícios apropriado para esta importante actividade para o Império Romano, pois, além de serem produzidos para consumo de toda a Roma, também eram produzidos para serem enviados para zonas longínquas do Império que estavam a colonizar. Razões mais que suficientes, para se desenvolver uma indústria conserveira bastante grande e criar e construir portos. </span><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br />Para ver, sentir os vestígios romanos na capital, podemos iniciar o nosso roteiro pela zona de Alfama. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Na<b> Casa dos Bicos</b> – podemos ver e visitar os vestígios de uma fábrica de preparados de peixe, cetarias romanas, e partes de uma muralha tardia. <br /><br />No <b>Núcleo Arqueológico Rua dos Correeiros</b>/BCP – Entre 1991 e 1995, no decorrer das obras de remodelação aí efectuadas, a perfuração do pavimento pôs a descoberto estruturas arqueológicas de civilizações que, ao longo dos tempos, habitaram Lisboa. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Pelas suas características únicas - aí se podem percorrer 2.500 anos da História de Lisboa - este espaço é também património da Cidade e mesmo do País, entendendo-se que, como tal, deve ser acessível ao público em geral. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">No esteiro do Tejo, área muito sensível a movimentos tectónicos, como assoreamento, aparecem novas formas de ocupação. A partir do século I d.C. instala-se um importante núcleo de preparados piscícolas, que terá laborado até finais do século IV d.C.. As fábricas eram constituídas por tanques - cetárias - de dimensões diversas, poços e edifícios de apoio às unidades fabris. A área onde se insere o Núcleo destinar-se-ia sobretudo à reparação de conservas de peixe salgado, o que se depreende da dimensão e da presença de ânforas normalmente usadas no transporte do produto. Em plano mais específico, há fortes indícios que levam a concluir, também, da produção de molhos – o garum. Outra estrutura que podemos observar trata-se do primeiro mosaico polícromo "in situ" datado do século III d.C. e um complexo de três piscinas. <br /><br />A caminho da colina, encontramos as lápides das <b>Pedras Negras</b> – Aquando da construção de um prédio pombalino na Travessa do Almada, conhecido justamente como "prédio do Almada", foram descobertas quatro lápides contendo inscrições latinas, duas das quais dedicadas aos deuses romanos Mercúrio e Cíbele. As lápides foram mantidas no local, integradas na fachada lateral do edifício, onde se encontram actualmente. A designação comum das lápides provém da rua com a qual o prédio faz gaveto, a Rua das Pedras Negras. As inscrições romanas reflectem a religião e administração de Olisipo. <br /><br />Seguindo o nosso roteiro, encontramos a <b>Sé Catedral de Lisboa</b>, construída por várias civilizações e designados períodos: Medieval Islâmico; Medieval Cristão; Moderno; Contemporâneo; Romano; Alta Idade Média e Idade do Ferro. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">No caso vertente, falemos dos Claustros da Sé de Lisboa - Saindo da sacristia, existem os claustros, um espaço impressionante, onde numa escavação arqueológica, iniciada em 1990, expôs uma série de estruturas que os arqueólogos enquadraram como datadas entre os séc. VI a.C. e o séc. XIV. Os vestígios mais antigos são compatíveis com as cerâmicas fenícias importadas do Mediterrâneo. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Por outro lado, a ocupação romana do séc. I está demonstrada pela construção de uma calçada com esgoto, para onde convergiam as canalizações das lojas que ladeavam e animavam essa via de acesso. Há ainda vestígios da ocupação romana, que incluem cerâmicas e restos de alimentos, principalmente ossos e escamas. Uma estrada romana de acesso entre a zona ribeirinha e o teatro romano. Tem ainda pedras romanas nas paredes da Sé. <br /><br />Seguindo a imaginária estrada romana, vamos dar ao <b>Museu Teatro Romano de Olisipo</b>. O Teatro foi descoberto em 1798, na fase de reconstrução da cidade após o terramoto de 1755. Tradicionalmente deve-se ao Arq.º Francisco Xavier Fabri a sua descoberta. Apesar dos seus esforços, novos edifícios foram construídos sobre as ruínas, tendo progressivamente sido esquecida a memória de ali ter existido um teatro romano. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">As primeiras campanhas de escavação arqueológica iniciaram-se em 1964, com D. Fernando de Almeida e foram continuadas, entre 1965 e 1967, pela investigadora Irisalva Moita, então conservadora dos museus municipais. Para o efeito, foram demolidos vários dos edifícios que se sobrepunham ao monumento. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Os trabalhos coincidiram com a parte principal do espaço cénico: a orchaestra, o hyposcaenium e primeiros degraus da cavea. Na ocasião foram recuperados inúmeros elementos arquitectónicos, alguns dos quais hoje em exposição no Museu do Teatro Romano. Inaugurado em 2001, pretende mostrar o que foi o Teatro da antiga cidade de Olisipo. Instalado num edifício seiscentista, remodelado ao longo dos séculos, o Museu do Teatro Romano engloba múltiplas áreas onde se expõem testemunhos arqueológicos. Estes vestígios remetem-nos não apenas para a época do Teatro (séc. I), mas também para outros vestígios que testemunham uma intensa ocupação humana deste local. <br /><br />Ainda, com vigor para o resto do roteiro, subimos ao alto da colina do <b>Castelo S. Jorge</b>, onde recentemente foi instalado o seu <b>Núcleo Museológico</b>. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Tem uma colecção visitável constituída por um acervo de objectos encontrados na área arqueológica, proporcionando a descoberta das múltiplas culturas e vivências que desde o século VII a.C ao século XVIII foram contribuindo para a construção da Lisboa da actualidade. Evidência a primeira presença romana na cidade, a instalação militar a época de Júnio Bruto. </span><br />
<br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-size: x-small;">Autor: A. Pires </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span></div>
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<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span></div>
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<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></span></div>
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</xml><![endif]-->VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2483453588721585437.post-52763198438858401342013-05-23T12:00:00.000+01:002013-12-09T19:43:24.900+00:00A um deus desconhecido<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/IKNRsQwYAYs?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Se nos tivesses dito.</span></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Que a espuma que o mar traz, é igual
ao silêncio mágico do Sol,</span></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">quando canta com pássaros,</span></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">e a Lua guia os nossos barcos por
entre as luzes suspensas no céu.</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Se nos tivesses dito.</span></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">O quanto livres podem ser os
pensamentos quando sonhados.</span></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Acordando-te...</span></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
</div>
<br /><div style="text-align: left;">
</div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Poema de Olga Florência </span></span></div>
</div>
VITRIOL - Associação Divulgação Língua Cultura Lusófonahttp://www.blogger.com/profile/02696659936394207088noreply@blogger.com0