quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Pontífices da Fraternidade


Intróito

Entre o sete e o oito
Enquanto os rios seguem os caminhos da serpente,
Os homens criam ritos, mitos
Que se entrelaçam brilhando
Com a Estrela d’Alva em cima e S. João em baixo,
Com a sua ovelha ao colo.
Ousemos nós ser pastores de rebanhos
Nas colinas dos seus montes,
Com eles subir aos castelos e passar as suas pontes;
Entre duas cidades com rios
E homens de bons costumes.

Línguas diferentes e usos diferentes,
Mas com o mesmo Sol, a mesma Lua,
O mesmo Delta Luminoso;
As mesmas pedras polidas: cantos de canteiro,
Correndo, dançando, cantando,
Serpenteando colinas, castelos e pontes
De pedra e ferro feitas,
Por mãos de pedreiro,
Pontífices da Fraternidade.

Ousemos nós ser
Mais que o caminho,
Homens palmilhando o seu destino
E que mais não houvesse que o sonho
Esse bastava,
Para criar nós de amor.

O oito
Duas cidades, dois rios
Vão de Ketter a Malkut,
Duas coroas e dois reinos
Ligam a Terra aos Céus.

Rios serpenteando colinas e castelos,
Caminhos da serpente.
Que criam ritos e mitos
No imaginário humano,
Que entrelaçam infinitos
Na árvore que esta vida é:
Vera árvore da vida,
Forjada de ferro e de aço
E de pedra trabalhada,
Com cinzel e com o maço,
Os homens constroem pontes
Que passam os impossíveis
E criam laços em nós,
Amarras de corações
Que vão para lá de nós.

Duas cidades, dois rios
E homens de bons costumes;
Ousem eles ser pastores de rebanhos
Nas colinas dos seus montes
E com eles subir aos castelos
E passar as suas pontes.

Naveguem barcos, navios,
Levem-nos a novos rumos,
La Loire e o Tejo
Daqui e d’além,
Um passa por Tours
Outro por Santarém.

Lisboa essa cidade
Onde passam sete rios,
Sendo o Tejo o oitavo.
Porto de Templários,
Onde um anjo caído
Lucífer a luz trouxe,
Que outra coisa não fosse
Fez-nos sonhar ser deuses.

Em Lisboa, cidade templo de infinitos,
Quando o Oito adormece,
Os Templários renascem…

Autor: Jónatas

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